A Copa, a Olimpíada e a moeda de duas faces mostrada na tv, que só tem sucesso. Mas, o real é o que o povo passa

FANTÁSTICO SHOW DA VIDA

Olimpíadas de Barcelona, aquela que sempre tem gente mencionando como uma das melhores e que teve grande resultado econômico para a cidade, esta é a visão da TV, do rádio e do jornal, a verdade é outra, vejam alguns dados:

– O Brilho

O gigantismo já dominava os Jogos Olímpicos em Barcelona, com mais de 10 mil atletas, 171 países, orçamento astronômico e patrocínios bilionários. A União Soviética, que havia sido a maior potência olímpica nos últimos anos, não existe mais. Em seu lugar foi uma delegação reunindo repúblicas da antiga URSS, chamada “Comunidade dos Estados Independentes”, que conquistou a maioria das medalhas.

– Os destaques

Dream Team, o Time dos Sonhos! Não poderia haver melhor definição para a equipe de basquete dos Estados Unidos. Pela primeira vez os americanos eram representados por jogadores profissionais, e que jogadores! Super-astros como Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird deram um show do início ao fim.

– A participação brasileira

O Brasil conquistou, com a equipe de vôlei, a sua primeira medalha de ouro em esportes olímpicos. A outra medalha dourada foi obtida pelo judoca Rogério Sampaio Cardoso na categoria meio-leve. Na natação Gustavo Borges conquistou a medalha de prata nos 100 metros nado livre e no atletismo o meio-fundista Zequinha Barbosa ficou muito perto do pódio ao chegar na quarta colocação.

– Curiosidades

Na festa de abertura os espanhóis decidiram inovar ao acender a Pira Olímpica. Então, resolveram fazer isso com um arqueiro disparando uma flecha com o fogo olímpico que deveria cair na Pira e acendê-la. O arqueiro atirou e a Pira acendeu! Tudo certo, fantástico! Ou não? Na verdade um cinegrafista amador revelou a farsa ao mostrar que, na verdade, o arqueiro disparou a flecha por cima da Pira, a qual foi acendida por um dispositivo automático.

– Resumo

Nações participantes: 171
Atletas: 10.557 (7.550 homens, 3.007 mulheres)
Esportes: 24

– A VERDADE: OLIMPÍADA E COPA TRAZEM PREJUÍZO SOCIAL

Reportagem de Jamil Chade publicada em O Estado de S. Paulo no dia 5 de março

A organização de Copas do Mundo e Jogos Olímpicos causou a expulsão de milhares de pessoas de suas casas e, na grande maioria dos casos, teve impacto negativo sobre a situação de moradia para a população. A conclusão é da ONU, que apresenta hoje, em Genebra, seu primeiro relatório completo sobre o impacto de megaeventos esportivos sobre a vida das pessoas nas cidades que os sediam e desfaz o mito de que apenas trazem benefícios à população.

No caso do Rio de Janeiro, alerta o estudo, a ameaça de expulsão de moradores de áreas que serão usadas para os Jogos de 2016 é real e o governo terá de dar uma solução.

O trabalho de elaboração do levantamento coube a uma brasileira, Raquel Rolnick, relatora das Nações Unidas para o Direito à Moradia e hoje uma das principais especialistas mundiais na questão. A ONU buscou contato com a Fifa para tratar do assunto. Sequer foi recebida. “Experiências passadas mostram que projetos de reurbanização adotados para a preparação de eventos resultaram em violações extensivas de direitos humanos, em especial o direito à moradia””, alertou Rolnick em seu documento, que será apresentado hoje a governos de todo o mundo.

Expulsões, encarecimento de moradia, falta de alternativas e pressão sobre os mais pobres, que acabam empurrados para as periferias, têm sido algumas das marcas mais características das Copas e Jogos Olímpicos. Para a brasileira, os benefícios econômicos desses eventos não são distribuídos de forma adequada à população e o legado “é longe de ser positivo””.

“Velhas disparidades parecem se exacerbar diante de um processo de regeneração e embelezamento das cidades””, afirma. “As consequências de longo prazo de megaeventos incluem fatos preocupantes.”

Os exemplos citados pela ONU são inúmeros. Em Seul, em 1988, a Olimpíada afetou 15% da população, que teve de buscar novos locais para morar – 48 mil edifícios foram destruídos. Em Barcelona, em 1992, 200 famílias foram expulsas para a construção de novas estradas. Em Pequim, a ONU admite que 1,5 milhão de pessoas foram removidas de suas casas. A expulsão chegou a ocorrer em plena madrugada. Moradores que se opunham foram presos.

Outra constatação é a alta nos preços de casas. Em Seul, a inflação foi de 20% nos oito meses anteriores aos Jogos. O preço da terra subiu 27%. Em Barcelona, a alta foi de 131% nos cinco anos antes da Olimpíada, contra mais de 50% em Sydney. Em Atlanta, 15 mil moradores foram expulsos de suas casas em 1996 e a inflação no setor imobiliário passou de 0,4% para 8% no ano dos Jogos.

Para Londres/2012, as áreas próximas aos locais dos eventos já sofrem inflação quatro vezes maior que a média nacional.

Em relação à Copa da África, a relatora alerta que os compromissos do governo de proporcionar ganhos sociais com o evento não estão se confirmando. O orçamento para isso é baixo e a Fifa sequer aceitou falar com Raquel sobre o assunto. A ONU pede que a entidade modifique seus critérios para a escolha da sede das próximas Copas. Não houve resposta.

JOGOS DE 2016 – Para a Olimpíada do Rio, a ONU já alerta para possíveis violações ao direito à moradia. Um dos problemas seria a Vila do Autódromo, que poderia ter seus moradores expulsos para as obras do evento. Outra preocupação é com relação à falta de informação sobre compensações que moradores de algumas áreas terão de receber.

OS IMPACTOS NA HABITAÇÃO

Olimpíada de Seul (1988): Em Seul, 15% da população foi violentamente expulsa e 48 mil edifícios foram demolidos em 1988 durante a preparação dos Jogos Olímpicos. A especulação imobiliária aumentou em mais de 20% o valor dos apartamentos e em mais de 27% o de terrenos.

Olimpíada de Barcelona (1992): Duzentas famílias foram despejadas para abrir caminho para a construção de novas rotatórias e outras adaptações urbanísticas antes do Jogos Olímpicos de 1992. A especulação imobiliária em torno dos Jogos resultou num aumento de 131% no preço dos imóveis.

Copa do Mundo dos Estados Unidos (1994): Em Dallas, cerca de 300 pessoas foram expulsas de suas residências por causa da preparação para a Copa do Mundo 1994.

Olimpíada de Atlanta (1996): Em Atlanta, em torno de 15 mil residentes de baixa renda foram expulsos da cidade por causa dos Jogos. Cerca de 1.200 unidades de habitação para os pobres foram destruídas em nome dos Jogos.

Olimpíada de Sydney (2000): Em Sydney, os relatórios indicam que cerca de 6 mil pessoas foram desalojadas na preparação para os Jogos Olímpicos de 2000. A especulação imobiliária em torno dos Jogos elevou em 50% o preço dos imóveis.

Olimpíada de Pequim (2008): Projeto envolveu realocação de moradores em larga escala. Foram relatadas denúncias sobre despejos em massa, por vezes conduzidos por homens não identificados. Cerca de 1,5 milhão de pessoas foram deslocadas.

Copa da África do Sul (2010): Mais de 20 mil moradores foram removidos e transferidos para áreas empobrecidas da cidade. O ministro da Habitação observou que os planos de construir milhares de casas de baixo custo poderiam ser afetados por mudanças nas demandas do orçamento na preparação para a Copa de 2010.

Jogos da Commonwealth de Nova Deli (2010): Em Nova Deli, na Índia, 35 mil famílias foram expulsas das terras públicas na preparação para os Jogos.

Olimpíada de Inverno de Vancouver (2010): Em Vancouver, mais de 1.400 unidades habitacionais de baixa renda foram perdidas em relação à especulação imobiliária gerada pelos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010.

Olimpíada de Londres (2012): Na capital da Inglaterra, sede dos Jogos de 2012, que antecedem os do Rio, o preço médio dos imóveis no entorno olímpico aumentou mais de 3%, enquanto no restante da cidade os valores caíram aproximadamente 0,2 por cento.

Olimpíada do Rio (2016): No Rio de Janeiro, diversos assentamentos informais estão sob ameaça de despejo, por causa da construção de instalações esportivas para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016.

– Resultado Econômico

Quando da Olimpíada de Barcelona, todos falavam que seria um grande legado para a cidade e para o país, veja o que tem hoje em Barcelona:

CHEIA DE DÍVIDAS, BARCELONA VÊ SAÍDA EM AJUDA PRIVADA

Por Sérgio Ruck Bueno | De Porto Alegre

Evitar o desastre: o prefeito de Barcelona, Xavier Trias, diz que seu objetivo é manter a solvência da cidade

A crise econômica que lança dúvidas sobre o futuro do euro e da União Europeia também cobra seu preço das administrações municipais do continente. Em Barcelona, capital da comunidade autônoma da Catalunha, na Espanha, o prefeito Xavier Trias, eleito em maio pelo partido conservador Convergência e União (CiU), prepara um corte de quase 70% nos investimentos públicos em 2012, ao mesmo tempo em que enfrenta níveis de desemprego recordes e o aumento das pressões por gastos sociais.

O objetivo do prefeito, que esteve em Porto Alegre para o 10º Congresso da Associação Mundial de Grandes Metrópoles (Metropolis), é manter a “solvência” de Barcelona e provar que os mercados podem “confiar” na cidade. Com um orçamento de € 2,5 bilhões, a prefeitura viu seu endividamento crescer de € 900 milhões para € 1,25 bilhão nos últimos dois anos e esse movimento precisa ser contido para evitar um “desastre”, diz Trias.

O plano é reduzir de € 800 milhões para € 250 milhões a rubrica de investimentos em 2012. Segundo Trias, além da necessidade de ajustar as contas para evitar o déficit, a administração atual ainda precisa pagar outros € 300 milhões em obras realizadas pelo ex-prefeito Jordi Hereu, do Partido Socialista da Catalunha (PSC). Mesmo assim, ele garante que os gastos com assistência social crescerão 7% para enfrentar os efeitos da crise sobre a vida dos cidadãos mais vulneráveis.

Com menos dinheiro disponível, Barcelona também buscará uma colaboração “muito estreita” com investidores privados para tocar projetos urbanísticos e nas áreas de educação e saúde, por exemplo. “Não é necessário que todos os investimentos em escolas e creches sejam sempre públicos”, disse o prefeito. De acordo com ele, cada equipamento construído pela prefeitura gera despesas adicionais “para toda a vida”. “Isso nos obriga a fazer investimentos com muito cuidado.”

Trias reconhece que medidas de austeridade fiscal nos municípios em tempos de crise tendem a aumentar o descontentamento da população e engrossar movimentos como o dos Indignados. “Quando se tem que apertar o cinto ninguém fica contente. Nós estamos nessa situação, mas há momentos em que é preciso tomar decisões importantes e priorizar como vamos gastar o dinheiro.” Para ele, pior do que cortar gastos é “enganar” o eleitorado com uma política fiscal insustentável.

No terceiro trimestre, Barcelona contabilizava 135,1 mil desempregados, número recorde desde 2001 em termos absolutos, conforme dados disponíveis na página da prefeitura na internet. O contingente equivale a 16,7% da população economicamente ativa, levemente inferior ao pico de 16,9% registrado no segundo e no terceiro trimestres de 2010 e bem abaixo da taxa nacional de 21,5%, mas ainda assim representa outro desafio importante para a administração local.

Conforme o prefeito, que aponta o turismo como um motor da economia de Barcelona, para gerar empregos é preciso criar um “ambiente favorável” aos negócios, inclusive com a revisão das leis trabalhistas. Invocando sua formação em medicina, não arrisca previsões sobre o futuro da União Europeia, mas admite que a crise exalta o sentimento nacionalista na Catalunha e acredita que ela não será debelada em menos de cinco anos. Mesmo assim, diz que o euro foi “extraordinariamente bom” para a Espanha.

(…)

E, com menos dinheiro, teremos que fazer muita coisa com colaboração muito estreita dos investidores privados. Mas tem muita gente que quer investir e estamos descobrindo que muitas coisas podem ser feitas pela iniciativa privada em colaboração com a administração pública. Uma universidade, uma transformação urbanística, por exemplo. Não é necessário que todo investimento em escolas e creche sempre seja público. Há maneiras de ser mais eficiente.

(…)

Faz cinco meses que assumi e só o que faço é receber gente que quer investir em bons projetos na cidade. E temos outra grande revolução. Em 2001 recebíamos 1 milhão de turistas por ano e passamos agora a 8 milhões de turistas ao ano em plena crise econômica. Isso é muito positivo para nossa cidade.

Valor: Mas, tanto em Barcelona quanto no resto da Espanha, as pessoas vão aceitar os cortes de gastos públicos? O movimento dos Indignados não vai crescer?

Trias: Quando se tem que apertar o cinto ninguém fica contente. O que acontece é que se a renda de uma família diminui, ela tem que reduzir os gastos ou se arruína. E nós estamos nessa situação. Há momentos em que temos que tomar decisões importantes e priorizar os gastos. E quando se tomam decisões complicadas haverá protestos e situações difíceis, mas não creio que isso tenha que ser visto como uma coisa negativa. Mas o importante não é isso. Creio que o eleitorado te castiga se tu o enganas. Os eleitores sempre dão um grande castigo quando são enganados.

Valor: E quais são as suas prioridades?

Trias: Criar postos de trabalho, apoiar os empreendedores e dar resposta aos problemas sociais que temos. Com a situação de crise há gente que passa muito mal e uma prefeitura tem que dar resposta a essas pessoas. Portanto, apesar das dificuldades econômicas que existem, o orçamento de 2012, na parte de atenção social, subirá 7%. É importante que as pessoas sem teto em Barcelona sejam bem atendidas, assim como as que caíram no mundo das drogas. O importante é fazer coisas que transformem a cidade, que beneficiem os cidadãos.

Valor: O que a Espanha e Barcelona podem fazer para reduzir o desemprego, que chegou a 21,5% e 16,7%, respectivamente, no terceiro trimestre?

Trias: Esses números de desemprego tão altos muitas vezes não são reais. Há um trabalho oculto muito importante, mas em outros casos realmente é gente que está em situação muito difícil. Os empregos são criados quando há empresários. Não se criam empregos na administração pública, isso é uma mentira, um disparate, a ruína de um país. É preciso criar um ambiente favorável e evidentemente há de se estabelecer relações trabalhistas que permitam uma agilidade na contratação maior do que há agora.

(…)

Fonte: Jornal Valor Econômico, 6 de dezembro de 2011.

Portanto, estes megaeventos são como nuvens passageiras, alguém ganha dinheiro, alguns levam vantagens, para a grande maioria da população nada muda, isto está claro, para o Brasil, tanto Copa do Mundo quanto Olimpíada em nada vai mudar para sua cidade e sua região, pelo contrário, será uso indevido do dinheiro público, que todos os brasileiros terão que pagar, mas para os donos do poder, para os governantes e para a mídia, o importante é Pão e Circo, pensar em moradia, saúde, educação, habitação, é coisa de pobre, rico vive de megaevento, grandes shows, a vida é bela, afinal nós trabalhamos para pagar o Fantástico Show da Vida deles, os Ricos.

OLIMPÍADA E COPA VÃO DESPEJAR ATÉ 170 MIL

Mariana Bastos, de São Paulo

Estimativa de remoção de pessoas está em dossiê elaborado por comitês populares; relatório vê falta de transparência; Carta distribuída para prefeituras denuncia ocorrência de ‘faxina social’ em áreas onde já ocorreram remoções

A articulação nacional dos comitês populares da Copa elaborou um dossiê, divulgado ontem, no qual estima que entre 150 mil e 170 mil pessoas sejam despejadas devido às obras do Mundial e da Olimpíada do Rio, em 2016.

O relatório critica ainda as três esferas de governo por falta de transparência. Segundo os comitês, não há estimativa oficial sobre o número total de despejos.

O dossiê alerta para a “faxina social” nos locais onde ocorrem e ocorrerão as obras para os grandes eventos.

“São aplicadas estratégias de guerra e perseguição”, afirma o documento, que se baseia em relatos dados em 21 vilas e favelas de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

O documento relata que nos despejos houve marcação de casas a tinta sem esclarecimentos, invasão de domicílios sem mandados judiciais, destruição de bens móveis, ameaças a moradores e corte de serviços públicos.

REIVINDICAÇÕES – Em pelo menos 7 das 12 cidades-sedes, os comitês organizaram ontem atos públicos para entregar cópias do dossiê e uma carta de reivindicações às prefeituras.

A carta defende o “despejo zero” na Copa e na Olimpíada e repudia a Lei Geral da Copa e o Ato Olímpico, que segundo o texto criam um “estado de exceção”, uma vez que promoverão a flexibilização das leis para atender exigências da Fifa e do Comitê Olímpico Internacional.

“Até agora, não é evidente que o legado da Copa e da Olimpíada contribua minimamente para a inclusão social e ampliação de direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais”, diz a carta, lembrando o risco de repetição do “desperdício de recursos públicos” que houve com o Pan do Rio-2007.

Cerca de R$ 30 bilhões devem ser investidos em obras nas 12 cidades-sedes da Copa. Na Olimpíada, a conta inicial, apresentada em 2009, era de R$ 28,8 bilhões.

Se você é favorável a expulsar pessoas de sua moradia e gastar dinheiro público com a construção de estádio de futebol, por empresas que não prestam contas;

Se você é favorável que duas entidades que estão sendo investigadas por desvio de dinheiro, como a CBF e a FIFA, imponham leis e regras para o nosso país;

Se você concorda que os trabalhadores que estão construindo os estádios estão sendo explorados pelas grandes empreiteiras, que sugam os cofres públicos, com a concordância de deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidência da república e ministros, para os quais eles bancaram a campanha política;

Se você é favorável, bata palma para este Pão e Circo da Copa do Mundo e Olimpíadas.

Agora, se você é contra e quer um país decente para os brasileiros, proteste contra o roubo do dinheiro público para bancar estes megaeventos.

Exerça sua cidadania, remeta esta matéria para outros companheiros.

O povo tem que saber a verdade.

Lourival Figueiredo Melo

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